O Design na Agenda 2030 da ONU: 10 razões transformadoras para empresas e profissionais transformarem o futuro
- Tainá Mathias
- 24 de jul.
- 6 min de leitura

Por que o Design é vital para a Agenda 2030?
O design não se limita à criação de objetos ou logotipos. Ele é uma ferramenta estratégica para a solução de problemas complexos e geração de valor social, ambiental e econômico.
Por meio de abordagens como o design thinking, o design centrado no ser humano e o eco-design, é possível desenvolver produtos, serviços, políticas públicas e sistemas que contribuem diretamente para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) — como educação de qualidade, igualdade de gênero, saúde e bem-estar, consumo responsável, entre outros.
O design tem o poder de traduzir metas globais em ações locais, conectando comunidades, organizações e governos em torno de soluções práticas, empáticas e com impacto duradouro.
A Agenda 2030 da ONU, com seus 17 ODS, exige inovação, inclusão e colaboração — e esses são princípios centrais do design contemporâneo.
Organizações que integram o design em seus processos ganham maior capacidade de:
Enfrentar desafios complexos por meio de metodologias colaborativas e cocriação;
Criar soluções sustentáveis que atendem às demandas sociais e ambientais;
Engajar comunidades e públicos diversos com propostas acessíveis, empáticas e eficazes.
Por isso, o design se apresenta como um aliado essencial para quem busca cumprir as metas globais com criatividade, propósito e impacto real.
ODS e os pontos de atuação do Design
ODS mais impactados diretamente pelo design e seus contextos:
ODS | Onde o Design atua | Explicação |
|---|---|---|
ODS 3 – Saúde e Bem‑Estar | Design de serviços, experiência do paciente | O design pode melhorar fluxos em hospitais, tornar ambientes mais acolhedores e criar soluções digitais acessíveis. Por exemplo, apps de telemedicina com interfaces intuitivas ampliam o acesso à saúde. |
ODS 4 – Educação de Qualidade | Design instrucional, ambientes educativos | Projetar materiais didáticos inclusivos e ambientes de aprendizagem estimulantes pode aumentar o engajamento de alunos e reduzir a evasão escolar, principalmente em comunidades vulneráveis. |
ODS 6 – Água Potável e Saneamento | Soluções acessíveis, campanhas educativas | Projetos de design para filtros de baixo custo, campanhas visuais de conscientização e sistemas participativos ajudam comunidades sem acesso a água potável e saneamento básico. |
ODS 7 – Energia Limpa e Acessível | Design de produtos energéticos eficientes | O design de sistemas de energia solar portáteis ou dispositivos que reduzem o consumo elétrico em zonas carentes contribui para democratizar o acesso à energia limpa. |
ODS 9 – Inovação e Infraestrutura | Design thinking, inovação aberta | Design de mobilidade urbana, espaços públicos acessíveis e projetos participativos fortalecem comunidades e tornam cidades mais habitáveis. |
ODS 12 – Consumo Consciente | Eco‑design, economia circular | O design que pensa o ciclo completo do produto — desde a origem até o descarte — ajuda a reduzir o impacto ambiental e incentiva hábitos de consumo mais responsáveis. |
ODS 17 – Parcerias e Meios de Implementação | Cocriação, redes colaborativas | O design facilita processos de cocriação em rede, permitindo que empresas, ONGs e governos colaborem na busca de soluções sustentáveis. |
O Design como fator de inovação e resiliência
Empatia e cocriação: O design envolve usuários, comunidades e profissionais no processo de criação, garantindo que as soluções estejam alinhadas às necessidades reais. Exemplo: ONGs que desenvolvem programas sociais usando workshops de cocriação conseguem resultados mais aderentes e efetivos.
Prototipagem rápida: Ao testar ideias de forma ágil, organizações evitam investimentos em soluções que não funcionam. Exemplo: Protótipos de mobiliário urbano sustentável podem ser testados em escala real antes de serem produzidos em larga escala.
Resiliência organizacional: Organizações que adotam o design estão mais preparadas para mudanças e crises, pois priorizam inovação contínua.
Exemplo: Durante a pandemia, muitas empresas redesenharam serviços e modelos de negócio para atender à nova realidade.
Eco‑Design e Ciclo de Vida
Uso racional de recursos: O eco-design busca minimizar o uso de matérias-primas e energia durante a produção. Exemplo: Empresas que redesenham embalagens para reduzir o uso de plástico ou facilitar a reciclagem.
Minimização de impactos ambientais: Todo produto ou serviço é pensado para causar o menor dano possível ao meio ambiente em todas as fases. Exemplo: Produtos biodegradáveis ou de ciclo fechado (retornáveis e reutilizáveis).
Valorização da reciclagem e economia circular: O design atua na criação de produtos que retornam para a cadeia produtiva.
Exemplo: Móveis feitos com madeira reciclada ou roupas produzidas com tecidos reaproveitados.
Design na Saúde e Bem‑Estar (ODS 3)
Fluxos de atendimento mais eficientes: Layouts otimizados em hospitais podem reduzir o tempo de espera e melhorar o atendimento.
Ambientes humanizados: Espaços bem projetados humanizam o cuidado e reduzem o estresse de pacientes e profissionais.
Interfaces intuitivas: Softwares médicos e aplicativos devem ser simples e inclusivos, facilitando o uso por todos os perfis de usuários.
Design no Ensino e Qualidade Educacional (ODS 4)
Metodologias ativas: O design contribui na criação de ambientes e ferramentas que incentivam a participação ativa dos alunos.
Materiais pedagógicos inclusivos: O design gráfico e editorial deve considerar diversidade cultural e cognitiva para garantir acessibilidade.
Ambientes de aprendizagem: Espaços projetados para estimular a criatividade e a colaboração impactam diretamente no rendimento escolar.
Design para Água e Saneamento (ODS 6)
Filtros acessíveis: Projetos de design industrial focados em soluções baratas e eficazes para comunidades carentes.
Infraestruturas comunitárias: Design de sistemas colaborativos de captação e distribuição de água potável.
Campanhas educativas: Design visual e comunicação eficiente para engajamento em práticas de higiene e preservação ambiental.
Energia Limpa e Design de Sistemas (ODS 7)
Produtos eficientes: Projetos de equipamentos que consomem menos energia sem perda de desempenho.
Gestão energética: Design de sistemas para monitoramento e economia de energia em empresas e residências.
Acesso democrático: Dispositivos portáteis ou soluções simples que levam energia a regiões remotas.
Infraestrutura Sustentável e Inovação (ODS 9)
Infraestrutura inclusiva: Design de espaços e serviços acessíveis para todos, incluindo pessoas com deficiência.
Processos inovadores: Design de novos materiais, processos industriais ou soluções digitais inovadoras.
Inovação social: Desenvolvimento de produtos e serviços voltados a resolver problemas sociais.
Cidades Inteligentes e Design Urbano (ODS 11)
Espaços públicos acolhedores: Projetos de parques, praças e mobiliário urbano que promovam interação social.
Mobilidade sustentável: Design de sistemas de transporte eficientes e integrados.
Gestão urbana inteligente: Soluções tecnológicas e participativas para governança e planejamento urbano.
Consumo Consciente e Ciclo de Recursos (ODS 12)
Produtos duráveis e modulares: Design de produtos que possam ser facilmente reparados, atualizados ou reciclados.
Educação para consumo: Campanhas criativas que incentivam práticas sustentáveis.
Modelos circulares: Projetos que fecham o ciclo de consumo, como iniciativas de logística reversa.
Parcerias e Colaboração em Rede (ODS 17)
Fomento a parcerias: O design facilita processos colaborativos que reúnem diversos setores da sociedade.
Cocriação de projetos: Ferramentas de design thinking permitem a construção conjunta de soluções.
Engajamento comunitário: Projetos participativos promovem maior adesão das comunidades envolvidas.
O design, quando colocado no centro das estratégias, torna-se um agente de transformação. Investir em design é investir em inovação, impacto social e desenvolvimento sustentável.
Chegou a hora de agir! Incorpore o design em seus projetos e ajude a construir um futuro alinhado aos objetivos da Agenda 2030.

Tire suas dúvidas sobre como o design impulsiona os ODS
Aqui reunimos as dúvidas mais comuns sobre o papel do design nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Se você está começando ou quer aplicar design com propósito, esta seção é pra você.
O design realmente impacta as metas da ONU?
Sim! O design é estratégico na criação de soluções práticas, inovadoras e sustentáveis, porque o design não se limita à estética ou ao produto final, mas envolve todo o processo de entendimento das necessidades humanas, co-criação de soluções e melhoria contínua.
Qual a diferença entre design thinking e eco-design?
Design thinking é uma abordagem voltada à resolução de problemas complexos com foco no ser humano. Já o eco-design aplica os princípios do design com responsabilidade ambiental, buscando reduzir impactos negativos desde a concepção de produtos e serviços.
Como o design pode ajudar minha ONG?
O design pode ajudar sua ONG a melhorar processos internos, facilitar a comunicação com o público, ampliar o engajamento e criar soluções mais eficazes e acessíveis para desafios sociais e comunitários.
Design é só para produtos físicos?
Não! O design também é aplicado no desenvolvimento de serviços, experiências, estratégias de comunicação, sistemas e processos — sempre com foco na melhoria da vida das pessoas.
Empresas pequenas podem aplicar design nos ODS?
Com certeza! Pequenas empresas podem usar o design para criar soluções alinhadas aos ODS mesmo com recursos limitados, começando com ações simples, mas que geram impacto direto no dia a dia das pessoas.
Onde posso buscar apoio para implementar design estratégico?
Você pode procurar consultores especializados, hubs de inovação, escolas de design, programas de incubação e até plataformas colaborativas. Há cada vez mais iniciativas voltadas a conectar design e impacto social.
Saiba mais sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em https://brasil.un.org/pt-br
Comentários